A minha heurística..

Juro! Como eu queria passar uma borracha em você! Te apagar da minha mente! Mas não adiante te excluir das minhas redes sociais, não te ver, não te tocar, nem digitar os meus sentimentos em um celular. Não adianta eu te procurar em outras bocas, nem tomar um gole de álcool à noite para aliviar. Porque aqui dentro de mim, culmina uma louca, perdidamente, apaixonada por você! Eu tento te esquecer, juro, mas os meus pés não sabem qual rumo seguir, os meus pulmões não querem respirar, e a minha mente desistiu de seguir em frente. E me trai quando busca inúmeros caminhos para não desviar de você. Ela vacila o tempo todo te procurando nas ruas, ela vacila estalqueando o seu facebook, ou ainda buscando resquícios de você em todas as lembranças e músicas sertanejas que ando ouvindo. Confesso que elas nunca fizeram tanto sentido pra mim.
Meu corpo me trai, quando o que permanece aqui dentro de mim, é só dor! Dói, e me lembra até um poema de Drumond: "Viver não dói"..

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade


E não adiante eu te ter dito que não queria filhos, eu digo tantas coisas estúpidas! Por você eu teria! A distância me torna racional, e sinceramente não encontro a razão de tanta desconfiança, eu só quero te dar amor. E mesmo você achando que esse termo é banalizado em minha boca, repito que não, eu o amo, mas estou em dúvida, pois ainda estou aprendendo as intensidades e contradições desse termo. Mesmo não sendo recíproco, mesmo só tendo tido um mês e mesmo que isso possa parecer uma verdadeira loucura, eu o amo, e nunca fui tão sincera com ninguém em toda a minha breve vida. Mas reconheço que para um relacionamento não basta só amor de um, tem que ser dos dois. E você desistiu de mim, antes de me conhecer e eu aos poucos vou desistindo também e me culpando por não ter sido o suficiente. 

Comentários

  1. Este textos, com tantos dados, eu gostaria muito de saber para quem foi, sempre que o leio, consigo o relacionar com o que gente teve. Foi só um mês. As estalquedas seriam recíprocas?

    ResponderExcluir

Postar um comentário